terça-feira, 11 de novembro de 2008

Nossos vícios


Nossos vícios
Não são fictícios
Não são bonitos
Não são polidos
Não são plausíveis
São reais
Tangíveis
Visíveis

O meu , o seu , os nossos vícios
Não são vícios, são hábitos

Ela precisa da dor pra se sentir real
Ela precisa do caos pra se sentir em ordem

Ele precisa da loucura pra se sentir são
Ela precisa do barulho pra achar sua paz

Ele precisa do isolamento pra gostar da multidão
Nós nos flagelamos pra provar nosso coração

Nos matamos um pouquinho por dia
Pra sentir a vida correndo
Pra provar pra si mesmos que merecemos estar bem
Pra nos convencer de que temos um lado bom
Que não é tangível, provável ou facilmente percebido

Não somos o que esperam de nós
Não somos o que esperamos de nós
Não somos o que você espera
Somos junção de sofrimento e amor
Somos a alegria e a dor
O luxo e o lixo
O visível e o não visível
O desejável e o descartável

Nós, apenas nós, nos reconhecemos
Nos compreendemos
Nos amamos
E nos protegemos

O nosso amor não foi ensinado à você
A nossa dor não é compreensível à você
As nossas cores não são visíveis para você
Mesmo assim você nos vê de alguma maneira

Através do seu olhar gris e cruel
De quem tem medo por não compreender
De quem repudia por não saber ver
De quem se esconde dentro dos próprios medos,
Preconceitos e vícios.

3 comentários:

Juliana Dal' Bó disse...

"O desejável e o descartável"
forte né...rs
anjo vc ta escrevendo taum bem qnt beija...ta no caminho certo..rs
bjos meu anjo

Milla disse...

Revolta? Observação... indignação?
Adorei cada estrofe!
Concodo com a Ju... forte!

Bjs tchuca naty!

Lua Sollara disse...

Como sempre vc tá dando um show de poesia e letra... Muito boa!! Só quem vive pode compreender...
Te amo, mamãe!