quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Casa

Livrei-me , de uma maneira ou outra, de tudo que estava me perturbando. Se não tudo, a parte que era possível no momento.

Agora, tento identificar o que sobrou de puro em mim e o que as externalidades modificaram.

Felizmente reencontrei minha paixão pela música, pela fotografia, arte como sentido da vida e, principalmente, encontrei minha curiosidade. Tive medo de olhar-me no espelho e ver algo velho e ranzinza, sem gosto pelo novo, pela descoberta. Mas ainda estava lá, sorrindo para mim, a minha curiosidade ao lado do meu encanto pelo novo e belo, esperando serem chamadas para fora do guarda-roupa.

Nessa nova fase, me bateu à porta uma velha amiga, que há tempos não me visitava, a Paixão. EU a havia mandado embora da última vez, já que ela insistia em me lembrar quem eu devia esquecer. Mas agora lá vem ela de novo, com o sorriso aberto e me mostrando diversas novidades e variadas formas de sorrir.

Me dei conta, ao encontrar esses velhos amigos, que não andara usando um par de brincos que nunca deveria ter tirado das orelhas. Os apelidei carinhosamente: individualidade e amor próprio. Apesar de serem amados e estarem sempre a vista, não estavam me vestindo tão freqüentemente. Que alegria! Agora com eles novamente rente a minha cabeça, fui sentar-me embaixo da árvore com quem tenho longas e prazerosas conversas. Como tudo, ela também tem um nome: Conhecimento. Estranho reparar que sempre quando me aproximo dela é justamente quando tomo um copo de uma bebida amarga, porém muito útil, a dor. Nos últimos tempos tinha evitado sentar-me perto da árvore, sentindo-me meio indisposta após alguns copos, sentava-me na poltrona da solidão e lá permanecia. Porém hoje, depois de tantas lembranças e móveis tirados do lugar, tomei coragem para sair novamente. Estou voltando a descobrir os cômodos da minha casa.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pena

Pra sei la quem...poesia realmente estranha que saiu do nada.

Então quer dizer
que eu vou ter que te ver?
então quer dizer
que eu vou ter que esquecer?

Sabe, desculpa, mas não é bem assim
Você sabe e eu tbm, você gosta de mim
pena eu ter cansado tão cedo
pena você ter tido medo

Pena nada sair como deveria
ou como eu gostaria
Pensando bem, segue teu caminho
Eu to muito bem aqui sozinho

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Incompetência criminosa

Senha 557. Esta é a senha que determina quanto tempo ainda vou sentir fome, calor e frustração dentro da 3ª DP de Campinas. Eu não roubei, eu não matei, meu único crime foi acreditar num anti-vírus gratuito e no sistema de segurança de internet. Através da maravilhosa, rápida e implacável internet um criminoso qualquer limpou minha conta poucos dias depois de cair meu pagamento.
Essa situação rotineira para a sociedade, inusitada para mim, me frustra. Uma dúvida corrói meu cérebro. Não sei se me indigno mais com o fato ou com o criminoso.
Com o fato devido a todos aqueles processos mirabolantes que passo para acessar minha conta via internet: senha de 4 dígitos, resposta secreta (secreta! Haha. Tem gente que ainda acredita que é possível se ter algo secreto na internet!), senha de 6 dígitos, chave de segurança sorteada dentre 70 números, cor da calcinha, nome do cachorro e algo mais que consigam inventar. Tudo isso pra que? Merda nenhuma, óbvio.
Sobre o criminoso. Moro num país de ricos e miseráveis, mais ou menos 5% da população é rica, outra boa parte é de classe média, ou seja, deve haver milhares de contas que aparecem com mais de 2 mil reais mensalmente e o energúmeno do criminoso conseguiu escolher a conta de uma estagiária perrapada.
Disto só resta uma questão: onde está aquela inteligência brasileira? O famoso jeitinho brasileiro, malandragem? Nem isso tem mais! Não dá para acreditar nem na inteligência dos ladrões galera!
Essa situação de roubos e burrice é culpa do governo? Da sociedade? Minha? Não importa, o que vale é que aqui estou eu , reclamando para um pedaço de papel para tentar esquecer o calor, a fome e passar o tempo na fila de espera da delegacia.

Minha cara na delegacia :





quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Teimosia

Me pegou pelo pé
Me arrastando até as escadas
Sorrindo gentilmente
Me levando pro mundo dela

Tentei escapar
Das suas mãos em meus calcanhares
Me livrei
Como cachorro que escapa da coleira

Quando cheguei a porta percebi
Que só me arrastava pelo pé
Por teimosia,
na verdade, tudo que eu queria
Era ser levada pela mão

Casei.

sábado, 15 de agosto de 2009

Uma outra maneira de ver

10/08/2009

Os atormentados
Eles são desgarrados
Não se culpe ou questione
Não há argumento que funcione

Os filhos da tristeza
Se encontram em becos escuros
Se reconhecem pela fumaça
E se perdem das regras que tanto os ensinou

Eles precisavam ser presos?
Precisam ser libertos?
De presença ou ausência?
De dor ou amor?

Na realidade não há
O que pudesse ser dito
Você não poderia
De outra maneira tê-los feito

Eles são fadados a ser perder
Em sua própria melancolia
E para isso precisam
Sempre, sempre de um dedo na ferida

Ela não puxou seus cabelos loiros
Ou o nariz delicado da avó
Seu cabelo tem cor de petróleo
E sua pele arde de tão branca

Dentro da sua santa
Cresce a espinheira da dúvida
E do sofrimento dela
Escorre uma gota de diferença

Ela chora o mundo
Assim o compreende
É de sua dor
De onde sai o caminho do crescimento

domingo, 26 de julho de 2009

O gole da dama sofisticada – 25/06/2009

Ela sorri
De forma tão cadente
Tão sutil, que quase não percebi

Sob a meia luz
De traz da fumaça
A chuva escorrendo sob a montanha azul
De forma mais brilhante sorri

Seus lábios abertos
Aqueles olhos semi serrados
Como quem diz algo
No qual não acredita

Falando sobre a vida
Discutindo como a realidade pode ser
E é, cruel e bela
Fazendo um brinde com a própria solidão

Prega o amor
Clama a calma
Me convence de qualquer coisa
E dorme abraçada com a dor

Sabe que essa sempre foi
Sua melhor companhia
Seus maiores amores
Foram solitários

Pois a verdadeira paixão
É acompanhar a falta de outro
É sentir a necessidade infinita
E compartilhá-la

Esse espaço nunca preenchido
Essa busca infinda
É o que faz o amor mais doce
E a dor mais amarga

Amargo é saber
Que perdemos tudo, sempre
Doce é saber
Que nunca tivemos coisa alguma

A vida é como um copo cheio
Antes de bebê-lo, ele nos é demais
Depois de experimentá-lo, maravilhoso
Quando acabado, apenas um copo vazio

Cheio de sabores
Cheiros e aparências
Que após o gole
Só existem em nosso lábio

Quem acredita
Vive
Sabe
Que não há em que acreditar

Degusto a vida
Como quem come
Sem saber o que lhe vem à boca
E ainda assim gosta

Sem nome, sem título, sem sentido

09/06/2009

“Você nasce e morre sozinha”
Foi o que me disseram uma vez
Quando disse que precisava de companhia
Eu posso te dizer por que as pessoas morrem sozinhas

A procura constante do meu
A administração conveniente de como e onde ser
Pensam “sofre-se sozinho, ganha-se sozinho”

Faz-se o possível para sugar tudo do mundo
E acredita-se que tirar sem retornar
É auto - suficiência

Eu te digo agora
Morremos sozinhos
Porque não sabemos identificar dentro nós
Todas as partes do mundo que nos compõem

13/01/2009

Tenho arranhões nos tornozelos
Tenho uma lista dos seus desmazelos

Essa ânsia torna-se constante
A queimação vem a cada instante

A ânsia causada pela ansiedade
Me preocupo com a gastrite causada pela preocupação

Sinto fome após o almoço
Minha ansiedade pede alimento
Ao passo que meu estomago
Quer expulsar tudo que há aqui dentro

Esse enjôo que queima
Como a dor de ressaca moral
De excesso ou falta?
Não sei a definição

Fico tão ansiosa que tenho sono
Meus pensamentos borbulham
No cérebro e na barriga
Eles me cansam

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Nem hoje, nem amanhã, mas depois talvez

Nem hoje, nem amanhã, mas depois talvez

Pensei em pedir perdão
Mas pensando mais m pouco
Não tenho esse direito
E nem saberia como pedi-lo

Sei que estou fazendo seu peito doer
E seus olhos chorarem
Meus olhos são invejosos
E fazem o mesmo que você

Mas de agora em diante só o que nos resta é esperar
Espere o tempo passar
Espere até seu olho secar
Espere até o sofrimento estancar

Uma parte de nós secará junto
Mas como tudo na vida
Será esse o terreno
Para novas experiências

Pedir perdão eu não consegui
Faço o que acho que devo então
Só me resta agradecer a ti
Pelo inferno e pelo céu que contigo vivi

Obrigada pelo espaço após a vírgula
Obrigada pela companhia
Obrigada pela paciência
Obrigada por tudo ter sido tão verdadeiro

"Sei que a tua solidão me dói
E que é difícil ser feliz,
Mas do que somos todos nós
Você supõe o céu
Sei que o vento que entortou a flor
Passou também por nosso lar "

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A bomba da hipocrisia

A bomba da hipocrisia

Uma palavra mata mais que mil ações. Mas uma ação violenta assusta mais que palavras.
Não queria comentar sobre o assunto. Não queria ler sobre o assunto, mas é impossível ignorar certas atitudes, por mais medíocres e nojentas que sejam.
Nesse último domingo, 14 de junho, uma bomba explodiu no centro de São Paulo. Não foi assalto à banco, não foi seqüestro de burgueses. Foi a bomba da repressão que explodiu em praça pública durante o dia, foi a bomba do medo que explodiu no peito da comunidade gay. Foi a bomba que explodiu no meu peito de revolta e de decepção.
Vejo famílias temerosas com o número de homossexuais que se apresenta dia- a – dia no comércio, na empresa, na escola, na rua. Vejo olhares de repreensão, espanto, nojo. Os patriarcas conservadores orientam seus filhos sobre o que ser: seja heterosexual! Seja religioso! Seja rico! Todos temem que seus filhos tornem-se parte dessa massa devassa, impura, indigna, quase uma doença, alguns dizem.
O que eu não vejo são pessoas indignadas com o que seus filhos tão bem orientados cometem. Sinceramente, o que pensar sobre esses seres que atacaram pessoas meio a uma manifestação pública?
Será que devemos tomar as rédeas dacabeça dessas famílias e gritar: Seja íntegro! Seja respeitoso! Seja amoroso! SEJA HUMANO, SEU BOSTA?
Eu não vi ninguém jogar uma bomba no carro que escoltou Suzane Von Richthofen. Eu não vi ninguém jogar uma bomba no carro do casal Nardoni. Eu não vi foi algo que prestasse.
Lendo a página inicial do Yahoo, foi laçada uma nota dizendo que um dos garotos que estavam perto da bomba que explodiu nesse ultimo domingo, não resistiu. Uma nota! Agora sobre o fato de refrigerante fazer mal à saúde havia uma reportagem completa.
É dessa hipocrisia que me arde a garganta que tento aqui falar.
Não me importam os olhares nas ruas, não me importa a criação medíocre que dão às crianças sobre certo e errado, sobre religião, sobre consumo desenfreado. O que me importa realmente foi essa bomba da hipocrisia que explodiu em meu rosto. Eles tem medo de sair às ruas devido à assaltos, seqüestros, latrocínios e tratam esse crime cometido como um incidente indesejado. Essa bomba que explodiu é para mim a prova de que de nada adianta bolsa família, cota universitária, saúde para todos, escola para todos se o mínimo é a liberdade e não a temos. Liberdade de dizer e fazer. Ter o direito de se manter íntegro em sua busca. Em uma cidade onde um ser explode outro ser humano e nenhuma medida clara e justa é tomada, não há esperança de humanidade, não há esperança de evolução. É o sinal claro de que pouco a pouco esses seres miseráveis se afogaram na própria pobreza de espírito.
Só queria declarar aqui o meu repúdio e dizer que esse texto é só uma mostra da capacidade do ser humano de se indignar-se. Eu ainda sinto e ainda acredito que podemos mudar.


Brasil um país de todos... Todos hipócritas.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um pouco de prosa ...

O sentido da idade- 15/02/09

Algumas pessoas têm saudades da infância. Alguns dizem que é por causa da alegria, da falta de responsabilidade. Essa é uma das fases quês as pessoas que me falam mais idealizam tanto na fase adulta quanto na velhice. Eu até a credito, mas não sei se sinto o mesmo.
Essa idealização me soa frustração em relação à fase que se vive no momento. Hoje, acho que entendi o real motivo desse saudosismo. Quando se é criança, por mais esperta que se seja, nós não alcançamos a dor da morte. Podemos chorar ficamos tristes. Quando somos adultos, já estamos em um nível de apego às pessoas que escolhemos para nos rodear, que a morte é profundamente dolorosa, quando não desesperadora.
Eu perdi uma amiga. Ela era tão especial que chamá-la de amiga ou qualquer outro substantivo torna-se chulo.
Meu carinho, amor e dedicação por ela são tão maiores que eu , que não acho a palavra para definir o que sinto.
Alguns meses passados da minha perda, me foi contado sobre a morte repentina (pelo menos para mim) da mãe de uma outra amiga. Exatamente hoje, a caminho de seu velório me peguei pensando e, disfarçadamente, desejando ser criança de novo.
Sinto por minhas amigas , pelas famílias delas, por suas mães, suas irmãs, sinto por nossos amigos e sinto por mim.
Sinto tanto que esse sentimento não me cabe às vezes.
Tornar-se adulto é compreender a própria presença na vida e no mundo e compreender a falta da presença dos outros em nossa vida e no mundo.
Agora entendo porque as crianças são felizes, os adultos são apressados e desesperados e os velhos são calmos e sábios.
Os velhos aprenderam a entender e aceitar a morte dos outros e a própria morte, sme deixar de amar, sem deixar de sofrer.

terça-feira, 9 de junho de 2009

De tudo fica o que?

do sonho fica o acordar
ou a lembrança e bom humor por um dia todo
da noite passada fica a sujeira no sapato
ou o cheiro na roupa e um bilhete no bolso
da bebida acabada fica a garrafa vazia
ou o resto do gosto na garganta

do amor passado ficam as mágoas da palavras não ditas
ou o carinho pelas frases bem proferidas
do ontem fica a certeza de que o hoje também passará
ou a certeza de que amanha outra vez poderás tentar

das pessoas queridas fica a saudade
ou o aprendizado que as manterá sempre conosco
da música que termina fica a vontade de senti-la de novo
ou um ouvido mais apurado para as próximas que virão

Da raiva ficam a paciência e o cansaço
Da lágrima ficam a calma e o sono
Da alegria fica a certeza de que tudo passa e recomeça
de novo

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Perder


Para Jim:

Perder
Através dos meus atos
Eu te ensinei o que há de melhor em mim
Acompanhando seus passos
Iluminei seu caminho até o fim

Até o fim, até o meu limite
Deixando espaço para suas atitudes
Lhe mostrei o respeito

Cuidando mesmo que distante
Você pode ver a lealdade
Sorrindo e amando
Você sentiu minha amizade

Com as portas, janelas e portão abertos
Tei dei o perdão
Lendo por entre as suas linhas arrependidas
Lhe ofereci a paciência

De tudo que queria lhe ensilhar
Um exemplo vivo você vai lembrar
Esta é sua última lição para comigo aprender
Sua cota acabou, aprendar agora a perder

Siga quem lhe compreende
Viva com quem não te cobra
O tempo de preocupações entre nós acabou
Para mim e para você

Essa é uma das minhas expressões mais dolorosas, gostaria de não ter motivos para escrevê-la.

sábado, 18 de abril de 2009

Dreams

Dreams

Now here you go again, you say you want your freedom
Well who am I to keep you down
It's only right that you should play the way you feel it
But listen carefully to the sound

[Bridge]
Of your loneliness
Like a heartbeat drives you mad
In the stillness of remembering what you had
And what you lost
And what you had
And what you lost

Thunder only happens when it's raining
Players only love you when they're playing
yeh, women they will come and they will go
When the rain washes you clean you'll know, you'll know

Now here I go again, I see the crystal visions
I keep my visions to myself
It's only me who wants to wrap around your dreams and
Have you any dreams you'd like to sell

Dreams of loneliness...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

tudo de mim para você

não tenho casa
não tenho conta
não tenho juizo

nada do que você me perguntar eu tenho

nunca precisei
de nada disso

até você surgir e suregir
por que não ter um lugar?
na verdade
só o que me interessa é te amar

só o que eu tenho é querer
só o que eu faço é viver
com você, meu bem
tudo que eu quero é olhar
a chuva cair e a o dia passar

Tudo que houver e não houver
de mim para você

domingo, 1 de março de 2009

Poética

Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Café

Esse é o último gole
Nesse copo de plástico
Nessa noite quente e chuvosa
Nessa espera solitária

O último gole
Agora já quase frio de esperar.
Parei, pensei, voei em pensamento
Te disse tudo que há para ser dito

Ele está aqui esperando
Coloco o copo de lado
Escrevo uns versos
Gelou, tomei, acabou.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ser chuva

Eu queria ser a chuva
pode parecer pretensioso
fantasioso
depressivo infantil
mas eu queria ser a chuva

Aquela que escorre na janela junto com uma lágrima
a minha e a sua
a chuva que não pede licença
que molha, gela, limpa e pára a rotina do Sol
ou aje junto com ele

Queria ser a chuva que me faz parar e olhar para o céu
Que me faz sentir um encantamento
Apenas em ver como a natureza é forte
implacável e autosuficiente

Gosto de ver a chuva, senti-la e me fazer parte dela
de fazer parte dessa natureza tão rigorosa e bela
Gosto, porque essa é maneira mais simples
de me sentir menos fraca

Quero sentir a chuva
E me sentir através dela
Queria ser a chuva
E queria fazer parte desse mundo

sábado, 17 de janeiro de 2009

Aquela refletida

Como seria se parecer comigo?
me pergunto
como seria uma pessoa
se me remetesse a mim mesma?

não sei descrever
ou destinguir o que seria eu
o que não seria
o que eu gostaria que fosse
e o que negaria em mim

Seria eu uma junção
de espelho,
alma,
palpite alheio
vontade de ser
Sempre vontade
Sempre desejo