quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um pouco de prosa ...

O sentido da idade- 15/02/09

Algumas pessoas têm saudades da infância. Alguns dizem que é por causa da alegria, da falta de responsabilidade. Essa é uma das fases quês as pessoas que me falam mais idealizam tanto na fase adulta quanto na velhice. Eu até a credito, mas não sei se sinto o mesmo.
Essa idealização me soa frustração em relação à fase que se vive no momento. Hoje, acho que entendi o real motivo desse saudosismo. Quando se é criança, por mais esperta que se seja, nós não alcançamos a dor da morte. Podemos chorar ficamos tristes. Quando somos adultos, já estamos em um nível de apego às pessoas que escolhemos para nos rodear, que a morte é profundamente dolorosa, quando não desesperadora.
Eu perdi uma amiga. Ela era tão especial que chamá-la de amiga ou qualquer outro substantivo torna-se chulo.
Meu carinho, amor e dedicação por ela são tão maiores que eu , que não acho a palavra para definir o que sinto.
Alguns meses passados da minha perda, me foi contado sobre a morte repentina (pelo menos para mim) da mãe de uma outra amiga. Exatamente hoje, a caminho de seu velório me peguei pensando e, disfarçadamente, desejando ser criança de novo.
Sinto por minhas amigas , pelas famílias delas, por suas mães, suas irmãs, sinto por nossos amigos e sinto por mim.
Sinto tanto que esse sentimento não me cabe às vezes.
Tornar-se adulto é compreender a própria presença na vida e no mundo e compreender a falta da presença dos outros em nossa vida e no mundo.
Agora entendo porque as crianças são felizes, os adultos são apressados e desesperados e os velhos são calmos e sábios.
Os velhos aprenderam a entender e aceitar a morte dos outros e a própria morte, sme deixar de amar, sem deixar de sofrer.

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