Ela sorri
De forma tão cadente
Tão sutil, que quase não percebi
Sob a meia luz
De traz da fumaça
A chuva escorrendo sob a montanha azul
De forma mais brilhante sorri
Seus lábios abertos
Aqueles olhos semi serrados
Como quem diz algo
No qual não acredita
Falando sobre a vida
Discutindo como a realidade pode ser
E é, cruel e bela
Fazendo um brinde com a própria solidão
Prega o amor
Clama a calma
Me convence de qualquer coisa
E dorme abraçada com a dor
Sabe que essa sempre foi
Sua melhor companhia
Seus maiores amores
Foram solitários
Pois a verdadeira paixão
É acompanhar a falta de outro
É sentir a necessidade infinita
E compartilhá-la
Esse espaço nunca preenchido
Essa busca infinda
É o que faz o amor mais doce
E a dor mais amarga
Amargo é saber
Que perdemos tudo, sempre
Doce é saber
Que nunca tivemos coisa alguma
A vida é como um copo cheio
Antes de bebê-lo, ele nos é demais
Depois de experimentá-lo, maravilhoso
Quando acabado, apenas um copo vazio
Cheio de sabores
Cheiros e aparências
Que após o gole
Só existem em nosso lábio
Quem acredita
Vive
Sabe
Que não há em que acreditar
Degusto a vida
Como quem come
Sem saber o que lhe vem à boca
E ainda assim gosta
Premiados Junho 2021
Há 3 anos
3 comentários:
Naty, como sempre seus textos tão profundos que até vejo as cenas!
Parabéns, expressividades 1000!
bommmmmmmmm
"Degusto a vida
Como quem come
Sem saber o que lhe vem à boca
E ainda assim gosta"
NOOOOOOOOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
morri.
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