Ruas pequenas, encravadas nos quarteirões tortos e envelhecidos. Algumas asfaltadas, outras empedradas, molhadas de chuva, empretejadas pela fumaça do bonde que passa.
Não, na verdade não é bonde, é ônibus, caminhão, carro, bicicleta, gente engravata correndo pela calçada, gente mulambenta rolando pelas esquinas. Amendoeiras, ypês e algumas outras árvores antigas de folhinhas pequenas atrapalham a passagem do progresso, essas poucas que restaram diante de tanto concreto e hoje se fazem parte dele, e ele, parte delas e nós, parte deles todos. Sou a fumaça que passa por entre meus dedos, sou a buzina que atravessa as vitrines e um pouquinho do lixo que se acumula na vala. Cada qual em seu lugar, sambando, correndo, no ritmo da cidade que é minha de coração.
Premiados Junho 2021
Há 3 anos
Um comentário:
que bonito...
parecia que eu também estava lá! =)
abraços!
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