terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Mural

Em meu mural tenho fotos. Poucas fotos, seletas fotos. Família, meu melhor amigo, um amor, os Beatles, pimenteira, lembranças de um show, um bar.
As fotos permanecem lá como pedaços da minha memória, me olhando diariamente sempre com as mesmas expressões, eternizadas, felizes, presentes e imortais.
Assim são minhas lembranças e minhas fotos. Delas cuido com todo o carinho,
reservo um local especial para cada uma no mural, o mantenho limpo, as vezes coloco uma música ou um texto, que caem com o esquecimento. Algumas imagens eu guardo em caixas, não no mural. Elas são bonitas e como são! São boas, tão boas que a saudade as vezes tortura, então é melhor que fiquem lá. Dentro de mim, sem que eu as veja.
Às vezes o vento vem muito forte e derruba alguma foto, o vento da janela ou do ventilador, as vezes uma atitude displicente também derruba algum retrato.
Com o mesmo entusiasmo e com o mesmo amor eu as prego novamente e as admiro, como se fosse a primeira vez. Nem sempre voltam imediatamente para o quadro, pode ser que as guarde, as coloque em cima da estante, para realocá-la quando tiver mais tempo. Mas sempre voltam, imortais, felizes, minhas.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sozinha

Eu como sozinha meu mamão com Norah Jones
Estudo sozinha inglês com o vento da tarde
Reinvento meu tédio e do desânimo vou à alegria
Calmamamente
Sozinha
Contato virtual, pessoas que passam a volta
Carros passando lá fora
E eu vivo com o que percebo e sinto
Juntamente sozinha