domingo, 26 de julho de 2009

O gole da dama sofisticada – 25/06/2009

Ela sorri
De forma tão cadente
Tão sutil, que quase não percebi

Sob a meia luz
De traz da fumaça
A chuva escorrendo sob a montanha azul
De forma mais brilhante sorri

Seus lábios abertos
Aqueles olhos semi serrados
Como quem diz algo
No qual não acredita

Falando sobre a vida
Discutindo como a realidade pode ser
E é, cruel e bela
Fazendo um brinde com a própria solidão

Prega o amor
Clama a calma
Me convence de qualquer coisa
E dorme abraçada com a dor

Sabe que essa sempre foi
Sua melhor companhia
Seus maiores amores
Foram solitários

Pois a verdadeira paixão
É acompanhar a falta de outro
É sentir a necessidade infinita
E compartilhá-la

Esse espaço nunca preenchido
Essa busca infinda
É o que faz o amor mais doce
E a dor mais amarga

Amargo é saber
Que perdemos tudo, sempre
Doce é saber
Que nunca tivemos coisa alguma

A vida é como um copo cheio
Antes de bebê-lo, ele nos é demais
Depois de experimentá-lo, maravilhoso
Quando acabado, apenas um copo vazio

Cheio de sabores
Cheiros e aparências
Que após o gole
Só existem em nosso lábio

Quem acredita
Vive
Sabe
Que não há em que acreditar

Degusto a vida
Como quem come
Sem saber o que lhe vem à boca
E ainda assim gosta

Sem nome, sem título, sem sentido

09/06/2009

“Você nasce e morre sozinha”
Foi o que me disseram uma vez
Quando disse que precisava de companhia
Eu posso te dizer por que as pessoas morrem sozinhas

A procura constante do meu
A administração conveniente de como e onde ser
Pensam “sofre-se sozinho, ganha-se sozinho”

Faz-se o possível para sugar tudo do mundo
E acredita-se que tirar sem retornar
É auto - suficiência

Eu te digo agora
Morremos sozinhos
Porque não sabemos identificar dentro nós
Todas as partes do mundo que nos compõem

13/01/2009

Tenho arranhões nos tornozelos
Tenho uma lista dos seus desmazelos

Essa ânsia torna-se constante
A queimação vem a cada instante

A ânsia causada pela ansiedade
Me preocupo com a gastrite causada pela preocupação

Sinto fome após o almoço
Minha ansiedade pede alimento
Ao passo que meu estomago
Quer expulsar tudo que há aqui dentro

Esse enjôo que queima
Como a dor de ressaca moral
De excesso ou falta?
Não sei a definição

Fico tão ansiosa que tenho sono
Meus pensamentos borbulham
No cérebro e na barriga
Eles me cansam